Ultrapar (UGPA3) critica proposta da ANP sobre mudanças nas regras do gás de cozinha.

Ultrapar (UGPA3) critica proposta da ANP sobre mudanças nas regras do gás de cozinha.

by Beatriz Fontes
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Ultrapar Critica Propostas da ANP para o Mercado de Gás de Cozinha

A Ultrapar Participações S.A. (UGPA3), empresa controladora da Ultragaz, uma das principais distribuidoras de gás de cozinha no Brasil, manifestou preocupação em relação a propostas recentes da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que visam alterar as regras do mercado de distribuição do gás liquefeito de petróleo (GLP). A posição foi expressa pelo presidente da Ultragaz, Tabajara Bertelli, durante uma conferência realizada nesta quinta-feira.

Propostas da ANP

A proposta da ANP inclui alterações significativas no mercado de distribuição de gás de cozinha. Entre as principais mudanças, está a possibilidade de empresas realizarem o envase fracionado dos botijões de gás, bem como o fim da exclusividade de marca no manuseio desses recipientes. Atualmente, apenas as empresas proprietárias dos botijões podem abastecê-los e comercializá-los diretamente aos consumidores.

Críticas da Ultrapar

Em resposta às propostas, Bertelli destacou que "a gente quer que a regulação evolua, não retroceda". O presidente da Ultrapar, Rodrigo Pizzinatto, também se manifestou contrariamente às alterações, afirmando que a implementação das novas regras poderá resultar em "maior custo e menor segurança", além de abrir espaço para fraudes no setor, com a entrada de empresas que não realizam investimentos adequados e a sonegação de impostos.

Pizzinatto enfatizou que a proposta "não deve ser implementada", pois pode prejudicar a estrutura de mercado já estabelecida.

Análise dos Custos do Botijão

Durante a apresentação dos resultados financeiros do segundo trimestre, a Ultrapar forneceu dados detalhados sobre a composição do preço do botijão de gás de 13 kg, que atualmente é comercializado por R$ 108. A companhia revelou que, desse total, R$ 38 referem-se ao preço do produtor, R$ 18 são relacionados a impostos e R$ 22 correspondem à margem de distribuição. O preço final ao consumidor também inclui frete, custos operacionais e margem das revendas.

Este desdobramento é crucial para entender como as mudanças propostas pela ANP poderiam impactar os preços e a segurança do abastecimento de gás no Brasil.

Comentários sobre o Retorno da Petrobras

Outro ponto abordado por Bertelli durante a conferência foi o anúncio da Petrobras de retornar à distribuição de GLP. Segundo o executivo, esse retorno deve apoiar o que o setor tem desenvolvido nos últimos anos, trazendo melhorias e estabilidade à cadeia de suprimentos de gás.

Alavancagem e Dividendos

Na mesma ocasião, Rodrigo Pizzinatto revelou que, em um cenário de juros elevados, a Ultrapar considera um nível de alavancagem entre 1 e 1,5 vezes como "confortável". A empresa encerrou o primeiro semestre deste ano com uma alavancagem de 1,7 vezes de dívida líquida sobre o EBITDA ajustado. O executivo projetou que a companhia se aproxime do patamar de 1,4 vez, que foi o nível encerrado no ano anterior.

Pizzinatto também comentou que, ao atingir o nível de alavancagem considerado confortável e sem projetos de investimento que justifiquem alocação de capital, a Ultrapar pretende aumentar o pagamento de dividendos aos acionistas.

Conclusão

As críticas da Ultrapar às propostas da ANP refletem preocupações não apenas sobre a segurança e a regulamentação do mercado de distribuição de gás, mas também sobre a estabilidade econômica da empresa. A evolução das discussões sobre o tema será acompanhada de perto por investidores e consumidores, uma vez que as decisões tomadas podem afetar diretamente o custo e a segurança do abastecimento de gás no Brasil.

A expectativa é que a Ultrapar continue a fornecer atualizações sobre sua posição em relação às mudanças propostas e suas implicações para o setor, reiterando seu compromisso com a regulação que beneficie não apenas as empresas, mas também os consumidores finais.

Esse cenário destaca a importância do diálogo entre agências reguladoras, empresas e a sociedade, de forma a garantir um mercado de energia mais justo, seguro e sustentável.

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