Curva de juros volta a inclinar, com altas expressivas nos contratos longos enquanto os vértices curtos mantêm estabilidade na B3
O mercado de juros futuros encerrou a terça-feira, 7 de outubro, com um aumento nas principais taxas da curva de juros, sinalizando um movimento de alongamento após um período de maior estabilidade. A sessão foi característica de ajustes técnicos e mostrou cautela por parte dos investidores, com os vértices longos reagindo a preocupações fiscais e à incerteza sobre a política monetária em curso no Brasil. Contratos de prazos intermediários também apresentaram avanço, enquanto o curto prazo manteve uma variação residual próxima da estabilidade.
Destaques do mercado
Entre os destaques do dia, os contratos com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) fecharam praticamente estáveis, com uma leve queda de 0,01%, finalizando a 14,897% ao ano. No entanto, os papéis com vencimento em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) apresentaram um aumento de 0,21%, fechando a 14,135%. Já os contratos para janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) avançaram 0,45%, chegando a 13,54%.
No longo prazo, a movimentação foi ainda mais pronunciada. O DI para janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) registrou uma alta expressiva de 0,71%, finalizando a 13,465%. Os contratos para janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) e janeiro de 2035 (BMF:DI1F35) tiveram aumentos de 0,92%, ambos fechando próximos de 13,78% ao ano.
Volume de negociações
Nos contratos de curto e médio prazo, considerados os vértices mais líquidos do DI Futuro, os volumes continuaram robustos. O DI1F26 movimentou mais de 447 mil contratos, seguido pelo DI1F27, que somou 563 mil contratos. Esses dados confirmam um forte interesse por parte de investidores institucionais e tesourarias em operações de hedge e na rolagem de posições. Esses prazos continuam a refletir as apostas sobre o ciclo da taxa Selic, atualmente em um patamar elevado, além de provocarem debates sobre o ritmo dos cortes futuros.
Nos vértices longos, o apetite por volume foi menor, porém o impacto sobre a curva de juros foi considerável. Os contratos com vencimento em janeiro de 2030 (BMF:DI1F30), janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) e janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) registraram negociações que variaram entre 55 mil e 245 mil contratos. Isso demonstra que, mesmo com a menor liquidez, esse segmento continua a ser altamente sensível às sinalizações fiscais e políticas originadas de Brasília. O alongamento da curva sugere que os investidores estão exigindo prêmios mais altos para carregar os riscos de longo prazo.
Os movimentos no mercado de juros futuros indicam um cenário em que fatores econômicos e políticos têm grande influência nas expectativas dos investidores, afetando diretamente as taxas de juros e as curvaturas do mercado.
Os participantes do mercado estão atentos às próximas movimentações e declarações que possam impactar a trajetória das taxas e o ambiente econômico como um todo. Essa atenção às flutuações e variações continuará a ser crucial para o planejamento e a execução de estratégias de investimento nos próximos meses.
Fonte: br.-.com
