Psicólogo diz para parar de falar sobre os sentimentos—o que pessoas emocionalmente inteligentes fazem

Psicólogo diz para parar de falar sobre os sentimentos—o que pessoas emocionalmente inteligentes fazem

by Patrícia Moreira
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Inteligência Emocional no Trabalho e na Vida

A inteligência emocional é um ingrediente essencial para avançar tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Mesmo que essa habilidade não seja inerente a todos, ter conversas explícitas sobre sentimentos pode facilitar a compreensão mútua. Na verdade, muitos de nós aprendem que o primeiro passo durante um conflito deve ser expressar como nos sentimos em relação ao comportamento do outro.

Como psicóloga social que passou anos utilizando a ciência para ajudar a resolver conflitos interpessoais, sei que a inteligência emocional não se resume apenas à capacidade de expressar e interpretar emoções, mas também ao entendimento de quando devemos abordar esses sentimentos. Às vezes, a melhor abordagem é não se precipitar e contar a alguém como nos sentimos. Veja a seguir alguns pontos a serem considerados.

1. Muitas vezes, não concordamos sobre o que estamos discutindo

Frequentemente, pulamos a etapa de discutir se o evento em questão realmente ocorreu. Parece óbvio. É claro que Tom te interrompeu na reunião, o que te fez sentir desrespeitado. E Kate, sem dúvida, te excluiu ao não te convidar para a festa, gerando a sensação de isolamento.

No entanto, assumir que temos um entendimento compartilhado sobre esses eventos pode ser um salto maior do que imaginamos. Talvez Tom tenha percebido que o grupo ainda estava em um impasse com apenas três minutos restantes. Se ele não tivesse intervido, todos se dispersariam sem tomar uma decisão. E Kate deixou várias pessoas de fora de sua lista de convites, não apenas você.

Em relacionamentos amorosos, é comum que os parceiros discordem sobre a ocorrência ou não de um evento, e o grau de desalinhamento pode prever resultados como bem-estar e estresse diário.

O que fazer

Você pode desejar um pedido de desculpas de Tom. No entanto, a melhor maneira de iniciar casos como esses é discutir o comportamento específico, e não como você se sente em relação a ele.

Tente dizer: “Aqui está o que eu recordo dos eventos. Mas qual é a sua versão?” Deixe claro que você não está assumindo que tem uma recordação precisa do que aconteceu, e que o outro também não deveria.

Concentre-se nos detalhes. Inclua informações que a outra pessoa talvez não esteja ciente. Pode ser que Tom, que te “interrompeu”, tenha sido avisado pelo chefe antes da reunião que, se não conseguisse fazer a equipe decidir, ele seria substituído.

2. Nossas suposições sobre o ‘porquê’ costumam estar erradas

É natural presumir que sabemos por que alguém agiu de determinada maneira. Durante conflitos, essas suposições são frequentemente expressas de maneira direta.

O problema é que essas declarações que começam com “porque” muitas vezes não são específicas, incluem ataques pessoais ou são simplesmente equivocadas.

Essas suposições estão ligadas a como nos sentimos em relação à outra pessoa: se confiamos, optamos por explicações positivas para comportamentos ruins. Se não confiamos, mas ainda gostamos ou amamos a pessoa, escolhemos explicações negativas, mas limitamos essas explicações ao contexto. Se não confiamos nem gostamos, tendemos a concluir o pior.

O que fazer

Converse sobre o motivo que levou à ação. Tente dizer: “Eu fiz algumas suposições sobre por que você agiu assim, mas adoraria ouvir seu lado.” Ou então: “Eu assumi que você me interrompeu porque não me respeita. Você pode esclarecer por que fez isso?”

Reconhecer que você fez uma suposição é um passo importante. Também é útil ser curioso e abrir espaço para uma nova explicação. Pode incluir uma série de fatores, como:

  • Um evento anterior, como no exemplo citado anteriormente.
  • Uma má interpretação de estratégias que poderiam ser eficazes, como contar uma piada que pretendia aliviar a tensão, mas que te pareceu ofensiva.
  • Um valor pessoal profundo que você desconhecia, como: “Eu nunca permitiria que alguém falasse nos últimos três minutos de uma reunião; esse momento é sagrado para a votação.”

Resista à tentação de “provar” ao seu parceiro que a lógica por trás do “porquê” deles é equivocada. Isso inclui evitar frases do tipo “sim, mas”, como: “Sim, mas na semana passada, estávamos sem tempo e você não interrompeu o Mark.” O objetivo é resolver um conflito — não vencê-lo.

3. Nossos sentimentos mudam quando sabemos mais

É provável que, ao passar por essas duas primeiras etapas, você tenha adquirido um novo contexto e não sinta mais as mesmas emoções que desejava expressar inicialmente.

O que fazer

Retorne à discussão sobre sentimentos mais adiante na conversa. Tente: “Agora que nos entendemos melhor, como você está se sentindo em relação a isso?”

Ao seguir esse processo, você fortalecerá seus relacionamentos. Isso acontece quando nos abrimos para os outros sobre o que realmente estamos pensando — e nos interessamos pelo que se passa na mente deles.

Tessa West é psicóloga social e professora na Universidade de Nova York. Ela tem se dedicado a utilizar a ciência para ajudar pessoas a resolverem conflitos interpessoais no ambiente de trabalho. É autora dos livros “Jerks at Work: Toxic Coworkers and What to Do About Them” e “Job Therapy: Finding Work That Works for You“. Além disso, ministra o curso online da CNBC chamado How to Change Careers and Be Happier at Work.

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As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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