Governo Brasileiro Repudia Sanções e Ameaças dos EUA
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou na terça-feira, 9 de outubro, seu repúdio à imposição de sanções econômicas e ameaças de uso da força contra a democracia brasileira.
Nota do Ministério de Relações Exteriores
Em uma nota oficial, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil declarou: “O governo brasileiro condena o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia”. A mensagem não mencionou especificamente casos ou situações, mas foi emitida após uma declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria disposto a utilizar o poder econômico e militar do país para "proteger a liberdade de expressão em todo o mundo".
Defesa da Democracia
O Itamaraty, ao reiterar sua posição, destacou que “o primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas”. A nota prosseguiu afirmando que “esse é o dever dos Três Poderes da República, que não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania”.
Repúdio às Forças Antidemocráticas
Ainda na nota, o governo brasileiro expressou sua reprovação a tentativas de forças antidemocráticas de usar governos estrangeiros como instrumentos para coagir as instituições nacionais. Essa preocupação surge em um contexto em que Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros que entram nos Estados Unidos, sob a justificativa de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria enfrentando uma “caça às bruxas”.
Controvérsias em Torno de Jair Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro está atualmente sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) diante de acusações que incluem tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado de Direito, entre outros crimes. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, tem atuado em conjunto com autoridades norte-americanas em busca de sanções que visam garantir a liberdade de seu pai.
Críticas do Governo aos EUA
Na mesma linha, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou a declaração da porta-voz da Casa Branca. Em suas palavras,“A conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil chegou ao cúmulo hoje, com a declaração da porta-voz de Donald Trump de que os EUA podem usar até força militar contra o nosso país”. Ela completou afirmando que “agora ameaçam invadir o Brasil para livrar Jair Bolsonaro da cadeia. Isso é totalmente inadmissível”.
A ministra ainda acrescentou que a alegação de que os EUA estariam defendendo a “liberdade de expressão” se resumiria à liberdade de “mentir, coagir a Justiça e tramar golpe de Estado”. Ela reforçou que essas são as razões pelas quais Bolsonaro e seus cúmplices enfrentam um devido processo legal e, assim, concluiu que o filho deve ser cassado por sua atuação, a qual classificou como traição à Pátria.